PERÍODO: 2015 – 2018
Este projeto de pesquisa, em continuidade aos estudos que temos desenvolvido nos últimos dez anos na interface currículo, narrativas audiovisuais e diferença, busca investigar, problematizar e alargar as redes de significações sobre gênero e sexualidade tecidas na formação de professores/as, “dentrofora” do curso de Pedagogia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, com o propósito de contribuir com as “práticasteorias” que buscam pensar e combater a discriminação, a inferiorização e a violência contra mulheres e contra as pessoas consideradas como desviantes em relação aos modos hegemonicamente legitimados de experimentar as potências do corpo, tais como homossexuais, bissexuais e transexuais, entre outros, nos cotidianos escolares. Nosso interesse está na problematização dos conhecimentos e subjetividades tecidos com as demandas curriculares da formação em suas articulações com as apropriações cotidianas de “formasconteúdos” audiovisuais e com as múltiplas possibilidades de ação docente que se engendram nessa trama. Entendemos que a formação, como processo de invenção de si e de mundo, se tece com o entrecruzamento do que é aprendido nos diferentes contextos em que se vive, entre eles o dos usos das mídias. O foco do estudo atual está no mapeamento e na análise com os/as estudantes de Pedagogia de vídeos contra a homofobia produzidos como trabalhos escolares e postados no site YouTube na internet, tomados como dispositivos de pesquisa-intervenção. Em um breve levantamento exploratório, encontramos vídeos produzidos por estudantes de diferentes níveis em ensino, da educação básica à superior, das redes públicas e privadas de várias regiões do país, em diferentes disciplinas. Articulando múltiplos regimes de imagens (feitas com celular, webcan, máquina fotográfica, imagens de arquivo, etc), de sons (depoimentos, diálogos, leitura de textos, músicas, ruídos, silêncios, etc) e formatos (documentário, ficção, videoclipe, etc), essas narrativas audiovisuais se situam no limiar das audivisualidades contemporâneas, embaçando fronteiras entre códigos, linguagens e recepção-produção. Essas produções, para além das técnicas e tecnologias, hibridizam também concepções teóricas e políticas sobre gênero e sexualidade e se constituem em um dos modos pelos quais o debate sobre a homofobia se forja e atravessa os cotidianos escolares, enfrentando as e/ou compondo com as políticas educacionais e os programas governamentais.
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PERÍODO: 2012 – 2014
Este projeto de pesquisa busca investigar, a partir do estudo das narrativas audiovisuais e das maneiras pelas quais professores e estudantes se apropriam delas, as relações entre os diversos modos de imaginar e significar o mundo e ‘os outros’ que eles experimentam, as práticas/políticas curriculares que realizam e os posicionamentos éticos, estéticos e políticos que assumem, especialmente no enfrentamento entre os modos de subjetivação que se pretendem hegemônicos e às micropolíticas cotidianas que instituem outras significações, outras subjetividades e outros modos de existência. Nosso interesse está, dessa forma, especialmente na relação imaginação, experiência, educação e diferença, problematizando, com Homi Bhabha, a noção de diversidade, bem como as diferenças/identidades de gênero e sexualidade. Esta investigação está em consonância com outros estudos que desenvolvemos no mestrado, no doutorado (UFES) e no pós-doutorado em Educação (UERJ), sempre na interface educação, comunicação, cultura, subjetividade e redes educativas. Com Omar Rincón, partimos da premissa que as culturas audiovisuais juntam experiências e narrativas que produzem estilos de habitar sem chegar a conformar identidades plenas, constituindo assim laboratórios experimentais da sensibilidade e do pensamento. Com os pesquisadores que conformam a tendência em pesquisa nos/dos/com os cotidianos, compartilhamos que a pesquisa é também um lugar de intervenção e de ampliação das possibilidades para a ação e para o conhecimento. Assim, entendemos que nossas análises precisam considerar, além da compreensão das práticas já realizadas no entrecruzamento das redes de significações, o devir-imagético impulsionado com a pesquisa, ou seja, o vir a ser, o processo de subjetivação individual/coletivo em andamento a partir do momento que cada um e todos os envolvidos se põem a imaginar e a ficcionar sobre o mundo, sobre si e o outro e sobre as práticas educativas, inventado outros possíveis.
FINANCIAMENTO(S)
CNPq – Chamada MCTI /CNPq /MEC/CAPES Nº 18/2012 – Ciências Humanas, Sociais e Sociais Aplicadas. Período: 05/06/2013 a 04/06/2014 FAPERJ – Programa APQ1 – Auxílio à Pesquisa Básica Período: 05/06/2013 a 04/06/2014
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